sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Anvisa proíbe publicidade de antigripais para diminuir uso indiscriminado

Rio de Janeiro, 14 ago (EFE).- A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu hoje a veiculação de publicidade de remédios antigripais em todos os meios de comunicação, para diminuir seu uso indiscriminado, já que podem mascarar os sintomas da gripe A.

A resolução da Anvisa publicada hoje no "Diário Oficial da União" atinge todo o território nacional e inclui os remédios a base de ácido acetilsalicílico, assim como medicamentos que aliviam os sintomas da gripe, entre eles o paracetamol, a dipirona e o ibuprofeno.

A medida será aplicada a todos os meios de comunicação, incluindo os digitais.

Segundo a resolução da Anvisa, o objetivo da medida é estimular um uso "absolutamente sensato" dos remédios, já que, apesar de ter certa eficácia e serem produtos cuja segurança é garantida, também podem mascarar sintomas importantes para o diagnóstico da gripe A.

O organismo assegurou ter tomado a decisão levando em conta os dados do último relatório epidemiológico do Ministério da Saúde, emitido na segunda-feira, de que 77% dos casos de doenças respiratórias são causados atualmente pela nova gripe e não pelo vírus comum.

A Anvisa explicou também que a medida terá validade enquanto houver uma situação especial de risco para a saúde.

A norma afeta qualquer tipo de propaganda dos remédios e também proíbe a publicidade nos estabelecimentos onde os medicamentos são vendidos.
UOL Celular

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Remédio falso: Piratas da saúde roubam dinheiro público

Por meio de fraude em licitações e com ajuda de servidores corruptos, quadrilhas que comercializam remédios falsificados vendem as mercadorias para estados e municípios, relatam os repórteres Thiago Herdy e Alana Rizzo, do Correio/Estado de Minas.

(Correio Braziliense - págs. 1, 8 e 9)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Cientistas encontram vírus da Aids originário de gorilas

WASHINGTON (Reuters) - Pesquisadores franceses anunciaram no domingo a descoberta, numa paciente camaronesa, de um vírus semelhante ao da Aids e originário de gorilas.

A mulher passa bem, não tem sintomas da Aids e provavelmente foi contaminada por outra pessoa, e não por um gorila, segundo os pesquisadores.

A descoberta, publicada na revista Nature Medicine, sugere que este recém-descoberto vírus dos gorilas está circulando entre pessoas.

"Identificamos um novo vírus da imunodeficiência humana (HIV) numa camaronesa. Ele é estreitamente relacionado com o vírus da imunodeficiência símia (SIV) dos gorilas, e não demonstra sinais de recombinação com outras linhagens do HIV-1 ou com o SIV de chimpanzés", escreveram Jean-Christophe Plantier, da Universidade de Rouen, e seus colegas.

A paciente de 62 anos foi diagnosticada em 2004, logo depois de se mudar de Camarões para Paris. Um sequenciamento genético de rotina no vírus demonstrou que ele não se parecia com nenhuma outra amostra do vírus da Aids. O mistério só foi esclarecido ao se comparar o vírus da paciente com o SIV dos gorilas, descoberto apenas em 2006.

Acredita-se que o vírus da Aids tenha se originado em chimpanzés e contaminado inicialmente pessoas que caçavam e comiam esses animais, a espécie viva geneticamente mais parecida com os humanos.

Em menos de três décadas, a doença matou 25 milhões de pessoas e contaminou outras 33 milhões. Não há cura, apenas formas de controle paliativo.

A paciente camaronesa, que é viúva, não teve contato direto com gorilas, mas relata ter tido vários parceiros sexuais após a morte do seu marido. Ela se lembra de ter estado doente uma vez.

Quando as pessoas são contaminadas com o HIV, costumam ter febre ou uma doença passageira, mas raramente percebem do que se trata. O diagnóstico habitualmente só é feito depois, quando o vírus começa a destruir o sistema imunológico.

"Nossas descobertas indicam que os gorilas, além dos chimpanzés, são fontes prováveis do HIV-1", escreveu a equipe de Plantier. "A descoberta desta nova linhagem do HIV-1 salienta a contínua necessidade de acompanhar de perto a emergência de novas variantes do HIV, particularmente na África centro-ocidental, origem de todos so grupos do HIV-1 existentes."
UOL Celular

sábado, 1 de agosto de 2009

Liberar remédio fortalece vírus da gripe suína, diz governo

Apesar das pressões para que o Tamiflu (antiviral usado contra a gripe suína) seja liberado para todos os pacientes com sintomas que procurem hospitais, o Ministério da Saúde informou ontem que não vai modificar o protocolo atual de prescrição do medicamento.

A pasta criticou ainda medidas como a de Passo Fundo (RS) e do Rio de Janeiro, que tornaram o remédio mais acessível, pois afirma que o vírus A (H1N1) pode se tornar resistente ao medicamento.

Pelo protocolo, o Tamiflu é indicado apenas para pessoas com fatores de risco ou em estado grave e deve ser usado em, no máximo, até 48 horas a partir do início dos sintomas.

Mas em São Paulo e no Rio de Janeiro surgiram contestações a essa estratégia.

Para o Ministério Público Federal paulista e o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, há uma "aparente contradição" na recomendação.

Ambos dizem que, muitas vezes, um paciente com gripe vai ao hospital sem se enquadrar nesses critérios e é dispensado. Quando busca o hospital novamente, já em estado grave, não pode mais receber o remédio, pois as 48 horas já passaram.

"Tenho o relato de um paciente de São José do Rio Preto [438 km do SP] com quem aconteceu isso e ele veio a falecer. O protocolo está sendo ineficiente, porque as mortes estão crescendo", diz o procurador Jefferson Aparecido Dias.

Ele enviou ontem pedido de explicações ao ministério sobre essa política. A pasta terá dez dias para dar a resposta. Após analisá-la, Dias pode entrar com ação contra a medida.

Bombeiros

No Rio, a Defensoria Pública da União decidiu entrar na próxima semana com ação na Justiça federal contra a União, o Estado e a prefeitura da capital questionando a política de combate à gripe suína.

O órgão pede que o Tamiflu e o similar fabricado pela Fiocruz sejam oferecidos em toda a rede de saúde pública e privada e não tenham a prescrição restrita a grupos de risco ou a pacientes em estado grave.

Ontem, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio começou a distribuir o medicamento de maneira descentralizada, inclusive em 45 quartéis do Corpo de Bombeiros. O remédio poderá ser retirado mediante receita médica e formulário específico indicando que se trata de caso grave ou com fatores de risco --ambos podem ser fornecidos por qualquer médico.

Em Passo Fundo (RS), o Hospital São Vicente de Paulo já quebrou o protocolo e passou a prescrever o antiviral assim que o paciente apresenta sintomas.

As medidas são criticadas por infectologistas. "O vírus vai criar resistência e os que realmente precisam do remédio vão sofrer as consequências", afirma Caio Rosenthal, do Instituto Emílio Ribas.

Já há relatos de resistência ao medicamento em quatro países, conforme o ministério.

Ele afirma ainda que os pacientes que só manifestam a forma grave da doença após 48 horas dos primeiros sintomas não necessitam do antiviral, já que, provavelmente, a piora se deve a complicações da gripe, como pneumonias bacterianas, que têm de ser combatidas com outro tipo de medicação.