quinta-feira, 30 de julho de 2009

Passo Fundo quebra protocolo e trata casos suspeitos de gripe suína com Tamiflu

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

Os hospitais e postos de saúde da cidade de Passo Fundo, no Rio Grande Sul, vão quebrar o protocolo de atendimento do Ministério da Saúde e criar suas próprias regras no combate à gripe suína. Entre as novas normas, estão o atendimento 24 horas e o tratamento dos pacientes com suspeita da doença com Tamiflu, assim que forem detectados os primeiros sintomas. A medida foi anunciada nesta quinta-feira pelo Comitê Gestor da Gripe A na cidade. As informações são do jornal "Zero Hora".

O Ministério da Saúde orienta que apenas os pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas, desde o início dos sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave devem ser medicados.

Segundo conta ao jornal o vice-diretor clínico do Hospital São Vicente de Paulo, Júlio Stobbe, testes feitos em pacientes que apresentaram sintomas, usando medicação imediata, já apresentam resultados. Destes pacientes todos se recuperaram e passam bem, estão fora de risco, de acordo com o médico.

Sete pessoas já morreram de gripe suína na cidade. Os dois últimos casos foram confirmados pela Secretaria Estadual da Saúde na tarde de ontem. Trata-se de uma mulher de 28 anos, portadora de síndrome de Down, e um homem de 42 anos, auxiliar de escritório. Eles não apresentavam nenhuma outra doença que comprometesse o sistema imunológico. Os óbitos ocorreram no dia 22 deste mês, no Hospital São Vicente de Paulo.

*Com informações da Folha Online
UOL Celular

terça-feira, 28 de julho de 2009

Escolas de São Paulo adotam medidas contra gripe suína



Danilo Verpa/Folha Imagem
Em medida preventiva, Rafaella Palis evita usar diretamente bebedouro do colégio Rio Branco


TALITA BEDINELLI
da Folha de S.Paulo

O primeiro dia de aula após as férias das amigas Elis e Natália Lima, ambas de 17 anos, foi diferente neste ano. As habituais conversas sobre viagens, passeios e baladas foram em parte substituídas pelas notícias sobre a gripe suína --a chamada gripe A (H1N1).

Elis teve até que compartilhar seu álcool em gel --usado para higienizar as mãos-- com as amigas. "Todo mundo pediu emprestado. Minha mãe comprou uns mil", diz a estudante do colégio Rio Branco (Higienópolis, centro de SP).


A escola foi uma das que retomaram as aulas ontem (27), não antes de tomar algumas medidas preventivas para evitar o contágio dos estudantes pela gripe.

Nos banheiros, cartazes ensinavam os estudantes a lavar as mãos corretamente. Para evitar que as crianças encostem a boca nos bebedouros, havia copos plásticos. E, à tarde, os corredores do prédio ganharam álcool em spray, para que as crianças desinfetarem as mãos.

No Mackenzie, também em Higienópolis, onde as aulas recomeçaram ontem, um médico passou em todas as salas do ensino médio para dar orientações sobre a gripe. Entre as dicas, que também constavam em um folheto, estão evitar cumprimentos como beijos e abraços e não compartilhar objetos como copos e talheres. Trabalhos em dupla ou em grupos também serão evitados.

Durante as aulas, a porta das salas permaneceu aberta, assim como as janelas. "Até os ventiladores estavam ligados, cheguei a passar frio", conta Jéssica Albieri de Almeida, 15.

Em ambas as escolas, os pais receberam uma recomendação: crianças que apresentarem algum sinal da gripe não devem ir às aulas. Ontem, não houve falta nas escolas por essa razão.

"Quem tiver qualquer sintoma será dispensado, mas terá que trazer atestado médico", explica uma das coordenadoras do Mackenzie, Alice Mafra.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Juvencio Furtado, diz que as medidas adotadas pelas escolas estão corretas, mas dá outra dica: "Alternar os horários de recreio é uma boa medida para evitar a aglomeração de crianças".

Fim de férias

A maioria dos colégios particulares de SP retoma as aulas na segunda-feira, assim como as escolas da rede pública.

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) disse ontem não haver recomendação para adiar a volta às aulas. Nesta semana, porém, os secretários estaduais da Saúde de SP, RJ e RS se encontrarão com o ministro José Gomes Temporão (Saúde) para discutir essa possibilidade.

sábado, 25 de julho de 2009

Gripe de 1918

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Edição atual tal como às 10h16min de 25 de julho de 2009

A Gripe de 1918 (frequentemente citada como Gripe Espanhola) foi uma pandemia do vírus influenza que se espalhou por quase toda parte do mundo. Foi causada por uma virulência incomum e cepa mortal do vírus Influenza A do subtipo H1N1.

A origem geográfica da pandemia de gripe de 1918-1919 é desconhecida. Foi designada de gripe espanhola, gripe pneumónica, peste pneumónica ou, simplesmente, pneumónica.

A designação "gripe espanhola" deu origem a algum debate na literatura médica da época, que talvez se deva ao fato de a imprensa na Espanha, não participando na guerra, ter noticiado livremente que civis em muitos lugares estavam adoecendo e morrendo em números alarmantes.

A doença foi observada pela primeira vez em Fort Riley, Kansas, Estados Unidos da América em 4 de Março de 1918,[1] e em Queens, Nova Iorque em 11 de Março do mesmo ano.
Os primeiros casos conhecidos de gripe na Europa ocorreram em Abril de 1918 com tropas francesas, britânicas e americanas, estacionadas nos portos de embarque em França.

Em Maio, a doença atingiu a Grécia, Espanha e Portugal. Em Junho, a Dinamarca e a Noruega. Em Agosto, os Países Baixos e a Suécia. Todos os exércitos estacionados na Europa foram severamente afectados pela doença, calculando-se que cerca de 80% das mortes da armada dos EUA se deveram à gripe.

* 1 Evolução da pandemia
* 2 Personalidades brasileiras vítimas da gripe
* 3 Personalidades portuguesas vítimas da gripe
* 4 Referências

Evolução da pandemia

A pandemia desenvolveu-se em três ondas epidémicas:

* A primeira, mais benigna, termina em Agosto de 1918;
* A segunda inicia-se no outono e termina entre os meses de Dezembro e Janeiro, tendo sido de extraordinária gravidade, afetando uma grande parte da população e com uma taxa de letalidade de 6 a 8%;
* A terceira e derradeira, começa em Fevereiro de 1919 e termina em Maio do mesmo ano.

A pandemia, caracterizou-se mundialmente pela elevada morbilidade e mortalidade, especialmente nos sectores jovens da população e pela freqüência das complicações associadas. Calcula-se que afetou 50% da população mundial, tendo matado 20 a 40 milhões de pessoas, pelo que foi qualificada como o mais grave conflito epidémico de todos os tempos. A falta de estatísticas confiáveis, principalmente no Oriente (como China e Índia) pode ocultar um número ainda maior de vítimas.

É provável que o vírus responsável pela pandemia esteja relacionado com o vírus da gripe suína, isolado por Richard E. Shope em 1920.

Em Portugal, verificou-se uma elevadíssima taxa de mortalidade, com duas ondas epidémicas e uma ocorrência muito marcada entre os 20 e os 40 anos, que terá causado cerca de 120 000 mortos[2].

No Brasil a doença chegou em setembro de 1918. No dia 24 daquele mês a Missão Médica enviada pelo país para ajudar no esforço de guerra francês foi atingida pela gripe no porto de Dacar, Senegal, que à época era colônia francesa. No mesmo mês chegou ao país o paquete Demerara, vindo da Europa, e que é apontado por alguns autores,[3] como o primeiro navio portador do vírus para dentro do Brasil. Em poucos dias a epidemia irrompeu em diversas cidades:Recife, Salvador e Rio de Janeiro, chegando em novembro de 1918 à Amazônia. Foram registradas em torno de 300 mil mortes relacionadas à epidemia. A doença foi tão severa que vitimou até o Presidente da República, Rodrigues Alves, em 1919.

Personalidades brasileiras vítimas da gripe

* Rodrigues Alves - morto na iminência de seu segundo mandato como Presidente da República.
* Belfort Duarte - futebolista
* Anália Franco - educadora
* Euripedes Barsanulfo - educador e médium espirita

Personalidades portuguesas vítimas da gripe

* Amadeo de Souza-Cardoso - pintor modernista
* Pedro Blanco - Compositor Pianista (Leon 1883 - Porto 1919)
* António de Lima Fragoso - Compositor Pianista (1897-1918)

Referências

1. ↑ Avian Bird Flu. 1918 Flu (Spanish flu epidemic)
2. ↑ http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=624828 Gripe Espanhola foi provocada por um vírus das aves
3. ↑ http://www.anpuhsp.org.br/downloads/CD%20XVII/ST%20III/Liane%20Maria%20Bertucci-Martins.pdf FRAGMENTOS DO DISCURSO CIENTÍFICO NA GRIPE ESPANHOLA

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ministério divulga tira-dúvidas sobre gripe suína

O Ministério da Saúde elaborou um guia que responde às principais dúvidas dos brasileiros sobre o vírus Influenza A (H1N1), causador da gripe suína. As perguntas vão desde a previsão de produção da vacina no Brasil até os critérios de distribuição do medicamento para o tratamento da doença. Quem tiver outras pergunta pode ligar para o Disque Saúde (0800 61 1997). As informações abaixo foram elaboradas pelo ministério.

1 - Qual a diferença entre a gripe comum e a influenza A (H1N1)?

Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus Influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, não importa, neste momento, saber se o que se tem é gripe comum ou a nova gripe. A orientação é, ao ter alguns desses sintomas, procure seu médico ou vá a um posto de saúde. É importante frisar que, na gripe comum, a maioria dos casos apresenta quadro clínico leve e quase 100% evoluem para a cura. Isso também ocorre na nova gripe. Em ambos os casos, o total de pessoas que morrem após contraírem o vírus em todo o mundo é, em média, de 0,5%.

2 - Existe transmissão sustentada do vírus da Influenza A (H1N1) no Brasil?

Desde 24 de abril, data do primeiro alerta dado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o surgimento da nova doença, até o dia 15 de julho, o Ministério da Saúde só havia registrado casos no país de pessoas que tinham contraído a doença no exterior ou pego de quem esteve fora. No dia 16 de julho, o Ministério da Saúde recebeu a notificação do primeiro caso de transmissão da influenza A (H1N1) no Brasil sem esse tipo de vínculo. Trata-se de paciente do estado de São Paulo, que morreu no último dia 30 de junho. Esse caso deu a primeira evidência de que o novo vírus está em circulação no território nacional. Todas as estratégias que o Ministério da Saúde deveria adotar numa situação como esta já foram tomadas há quase três semanas. O Brasil se antecipou. A atualização constante das ações contra a nova gripe permitiu que, neste momento, toda a rede de saúde esteja integrada para manter e reforçar as medidas de atenção à população.

3 - Por que o Rio Grande do Sul registra tantos casos da influenza A (H1N1)?

Todos os anos, o Brasil registra ocorrências de casos graves e óbitos por gripe e doenças associadas, como pneumonia, em todas as regiões. Neste período do ano, que é inverno, sempre há maior ocorrência desses casos, em especial no Rio Grande do Sul e nos outros estados do Sul e Sudeste. Isso porque eles têm o inverno mais rigoroso e mais prolongado. Além disso, no caso especifico da influenza A (H1N1), há países com maior número de casos que fazem fronteira com o Rio Grande do Sul, como é o caso da Argentina. A disseminação da doença aumenta e não é indicado controlar o fluxo de pessoas na fronteira, pois isso não tem efeito na disseminação da doença.

4 - Como eu posso me prevenir da doença?

Alguns cuidados básicos de higiene podem ser tomados, como: lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.

5 - Quando eu devo procurar um médico?

Se você tiver sintomas como febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza, procure um médico ou um serviço de saúde, como já se faz com a gripe comum.

6 - O que fazer em caso de surgimento de sintomas?

Qualquer pessoa que apresente sintomas de gripe deve procurar seu médico de confiança ou o serviço de saúde mais próximo para receber o tratamento adequado. Nos casos de agravamento ou de pessoas que façam parte do grupo de risco, os pacientes serão encaminhados a um dos 68 hospitais de referência.

7 - Quem está no grupo de risco?

O grupo de risco é composto por idosos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica, deficiência imunológica (como pacientes com câncer, em tratamento para AIDS), pessoas com obesidade mórbida e também com doenças provocadas por alterações da hemoglobina, como anemia falciforme.

8 - Os hospitais estão preparados para atender pacientes com a influenza A (H1N1)?

Atualmente, o Brasil possui 68 hospitais de referência para tratamento de pacientes graves infectados pelo novo vírus. Nessas unidades, existem 900 leitos com isolamento adequado para atender aos casos que necessitem de internação. Todos os outros hospitais estão preparados para receber pacientes com sintomas leves de gripe.

9 - O Brasil tem medicamento suficiente para enfrentar a influenza A (H1N1)?

Sim. O Ministério da Saúde tem medicamento suficiente para enfrentar a pandemia de influenza A (H1N1). O Ministério da Saúde tem um estoque de 9 milhões de tratamentos em pó. Eles foram adquiridos em 2005, época de uma possível epidemia de gripe aviária. Além disso, na terça-feira (21 de julho), o governo federal recebeu mais 50 mil tratamentos. Desses, 15 mil vão para o Rio Grande do Sul, estado entre os mais afetados pela doença. Outros estados com maior número de casos também receberam quantidade adicional de tratamento. Até o fim de julho, o ministério vai receber mais 150 mil tratamentos. Nas próximas semanas, será um milhão a mais de medicamentos disponíveis, além do que está estocado em pó. O ministério esclarece que o estoque de remédios está de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

10 - Como é realizada a distribuição do medicamento?

A distribuição dos medicamentos é centralizada. O Ministério da Saúde envia os remédios aos estados, respondendo às solicitações das Secretarias Estaduais de Saúde. Cabe a elas não só indicar as unidades de referência no atendimento da nova gripe, como também ampliar o número de unidades para realização do tratamento. Outras unidades podem ser indicadas para atender os casos e usar o antiviral.

11 - Quais os critérios de utilização para do medicamento fosfato de oseltamivir?

Apenas os pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas, desde o início dos sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave serão medicados com o fosfato de oseltamivir. Os demais terão os sintomas tratados de acordo com indicação médica. O objetivo é evitar o uso desnecessário e uma possível resistência ao medicamento, assim como já foi registrado no Reino Unido, Japão e Hong Kong. É importante lembrar, também, que todas as pessoas que compõem o grupo de risco para complicações de influenza requerem avaliação e monitoramento clínico constante de seu médico, para indicação ou não de tratamento com o fosfato de oseltamivir.

12 - Grávidas podem tomar fosfato de oseltamivir?

Não há registros de efeitos negativos do uso do fosfato de oseltamivir em mulheres grávidas e em fetos. No entanto, como medida de precaução e conforme orientação do fabricante, esse medicamento só deve ser tomado durante a gravidez se o seu benefício justificar o risco. Essa decisão deve ser tomada de acordo com indicação médica.

13 - Por que o exame laboratorial parou de ser realizado em todos os casos suspeitos?

Essa mudança ocorreu porque um percentual significativo - mais de 70% - das amostras de casos suspeitos analisadas em laboratórios de referência, antes dessa mudança, não era da nova gripe, mas de outros vírus respiratórios, ou não era de nenhum vírus. Com o aumento do número de casos no país, a prioridade do sistema público de saúde é detectar e tratar com a máxima agilidade os casos graves e evitar mortes.

14 - Haverá cadastramento de novos laboratórios para realização de exames de diagnóstico?

Atualmente, três laboratórios de referência fazem o exame de diagnóstico da influenza A (H1N1) no Brasil: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ), Instituto Evandro Chagas (IEC/PA) e Instituto Adolf Lutz (SP). Há a possibilidade, agora, de credenciamento de Laboratórios Centrais (Lacens) para centralizar a realização desses exames nos estados, além dos três laboratórios de referência. Isso já está em curso para os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, mas ainda não há data definida para essa habilitação.

15 - Qual é a previsão de produção da vacina contra a influenza A (H1N1) no Brasil?

O Instituto Butantan, ligado à Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São Paulo, é responsável no Brasil por desenvolver as vacinas contra a gripe comum (sazonal) e estará à frente também do desenvolvimento da gripe contra a influenza A (H1N1). A vacina a ser produzida no Brasil estará disponível no próximo ano. Além de desenvolver a vacina, o Ministério da Saúde avaliará, junto ao Butantan, a necessidade de comprar vacinas prontas de outros fabricantes.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Frio no RS facilita propagação da gripe suína, dizem infectologistas

23/07/2009 - 22h33


A queda nas temperaturas no Rio Grande do Sul --onde o Instituto de Meteorologia prevê mínima de -5ºC nesta sexta-feira (24) e no sábado (25)-- deverá facilitar a propagação da gripe suína --a chamada gripe A (H1N1). É o que dizem infectologistas.

"O resfriamento do corpo diminui as defesas pulmonares e facilita a infecção [pelo vírus influenza, que transmite as gripes]", diz o chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Conceição, de Porto Alegre, Breno Riegel Santos.

As próximas seis semanas são tradicionalmente as com o maior número de pessoas com infecções respiratórias no Estado, segundo o professor de Epidemiologia da UFRGS, Luciano Goldani. "O vírus influenza tem uma maior durabilidade e propagação na temperatura baixa."

Ao contrário de México e dos Estados Unidos, onde o vírus A (H1N1) foi detectado no início da primavera, o Rio Grande do Sul deve enfrentar a circulação do novo vírus em pleno inverno, com as mais baixas temperaturas do ano.

Em São Paulo, a temperatura também deve despencar. No sábado, a mínima deve chegar a 7ºC na capital.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul prevê neve no planalto e na serra do noroeste do Estado. Não está descartada também neve em regiões que não contam tradicionalmente com o fenômeno. Geadas podem ocorrer em todas as regiões gaúchas, com exceção do litoral.

Triagem das amostras

A Secretaria de Estado da Saúde pretende agilizar na próxima semana a investigação dos casos suspeitos da nova gripe. As amostras para exame, que precisam ser encaminhadas ao Ministério da Saúde, devem passar por triagem no Laboratório Central do Estado. O órgão verificará se elas contém algum tipo de influenza para, então, enviar o material.

terça-feira, 21 de julho de 2009

GRIPE SUÍNA: PERGUNTAS E RESPOSTAS: (Enviado por Margareth Brandão)

IMPORTANTE LER

Todos nós achamos que conhecemos tudo sobre o problema, mas vale à pena rever algumas características e orientações.


GRIPE SUÍNA


PERGUNTAS E RESPOSTAS:


1.-
Quanto tempo dura vivo o vírus suíno numa maçaneta ou superfície lisa?

Até 10 horas.

2. -
Quão útil é o álcool em gel para limpar-se as mãos?

Torna o vírus inativo e o mata.


3.-
Qual é a forma de contágio mais eficiente deste vírus?

A via aérea não é a mais efetiva para a transmissão do vírus, o fator mais importante para que se instale o vírus é a umidade, (mucosa do nariz, boca e olhos) o vírus não voa e não alcança mais de um metro de distancia.


4.-
É fácil contagiar-se em aviões?

Não, é um meio pouco propício para ser contagiado.

5.-
Como posso evitar contagiar-me?

Não passar as mãos no rosto, olhos, nariz e boca. Não estar com gente doente. Lavar as mãos mais de 10 vezes por dia.


6.-
Qual é o período de incubação do vírus?

Em média de 5 a 7 dias e os sintomas aparecem quase imediatamente.

7.-
Quando se deve começar a tomar o remédio?

Dentro das 72 horas os prognósticos são muito bons, a melhora é de 100%

8.-
De que forma o vírus entra no corpo?
Por contato ao dar a mão ou beijar-se no rosto e pelo nariz, boca e olhos.

9.-
O vírus é mortal?

Não, o que ocasiona a morte é a complicação da doença causada pelo vírus, que é a pneumonia.

10.-
Que riscos têm os familiares de pessoas que faleceram?

Podem ser portadores e formar uma rede de transmissão.

11.-
A água de tanques ou caixas de água transmite o vírus?

Não porque contém químicos e está clorada

12.-
O que faz o vírus quando provoca a morte?

Uma série de reações como deficiência respiratória, a pneumonia severa é o que ocasiona a morte.

13.-
Quando se inicia o contagio, antes dos sintomas ou até que se apresentem?

Desde que se tem o vírus, antes dos sintomas.

14.-
Qual é a probabilidade de recair com a mesma doença?

De 0%, porque se fica imune ao vírus suíno.

15.-
Onde se encontra o vírus no ambiente?

Quando uma pessoa portadora espirra ou tosse, o virus pode ficar nas superfícies lisas como maçanetas, dinheiro, papel, documentos, sempre que houver umidade. Já que não será esterilizado o ambiente se recomenda extremar a higiene das mãos.

17.-
O vírus ataca mais às pessoas asmáticas?
Sim, são pacientes mais suscetíveis, mas ao tratar-se de um novo germe todos somos igualmente suscetíveis.

18.-
Qual é a população que está atacando este vírus?

De 20 a 50 anos de idade.

19.-
É útil a máscara para cobrir a boca?

Existem alguns de maior qualidade que outros, mas se você não está doente é pior, porque os vírus pelo seu tamanho o atravessam como se este não existisse e ao usar a máscara, cria-se na zona entre o nariz e a boca um microclima úmido próprio ao desenvolvimento viral: mas se você já está infectado use-o para não infectar aos demais, apesar de que é relativamente eficaz.

20.-
Posso fazer exercício ao ar livre?

Sim, o vírus não anda no ar nem tem asas.

21.-
Serve para algo tomar Vitamina C?

Não serve para nada para prevenir o contagio deste vírus, mas ajuda a resistir seu ataque.

22.-
Quem está a salvo desta doença ou quem é menos suscetível?

A salvo não esta ninguém, o que ajuda é a higiene dentro de lar, escritórios, utensílios e não ir a lugares públicos.

23.-
O virus se move?

Não, o vírus não tem nem patas nem asas, a pessoa é quem o coloca dentro do organismo.

24.-
As mascotes contagiam o vírus?

Este vírus não provavelmente contagie outro tipo de vírus.

25.-
Se for ao velório de alguém que morreu desse vírus posso me contagiar?
Não.

26.-
Qual é o risco das mulheres grávidas com este vírus?

As mulheres grávidas têm o mesmo risco mas por dois, podem tomar os antivirais mas em caso de de contagio e com estrito controle médico.

27.-
O feto pode ter lesões se uma mulher grávida se contagia com este vírus?

Não sabemos que estrago possa fazer no processo, já que é um vírus novo.

28.-
Posso tomar acido acetilsalicílico (aspirina)?

Não é recomendável, pode ocasionar outras doenças, a menos que você tenha prescrição por problemas coronários, nesse caso siga tomado.

29.-
Serve para algo tomar antivirales antes dos síntomas?

Não serve para nada.

30.-
As pessoas com AIDS, diabetes, câncer, etc., podem ter maiores complicações que uma pessoa sadia se contagiam com o vírus?

SIM.

31.-
Uma gripe convencional forte pode se converter em influenza?
NAO.

32.-
O que mata o vírus?

O sol, mais de 5 dias no meio ambiente, o sabão, os antivirais, álcool em gel.

33.-
O que fazem nos hospitais para evitar contágios a outros doentes que não têm o vírus?

O isolamento.

34.-
O álcool em gel é efetivo?

SIM, muito efetivo.

35.-
Se estou vacinado contra a influenza estacional sou inócuo a este vírus?

Não serve para nada, ainda não existe vacina para este vírus.

36.-
Este vírus está sob controle?

Não totalmente, mas estão tomando medidas agressivas de contenção.

37.-
O que significa passar de alerta 4 a alerta 5?

A fase 4 não faz as coisas diferentes da fase 5, significa que o vírus se propagou de Pessoa a Pessoa em mais de 2 países; e fase 6 é que se propagou em mais de 3 países.

38.-
Aquele que se infectou deste vírus e se curou, fica imune?

SIM.

39.-
As crianças com tosse e gripe têm influenza?

É pouco provável, pois as crianças são pouco afetadas.

40.-
Medidas que as pessoas que trabalham devam tomar?

Lavar-se as mãos muitas vezes ao dia.

41.-
Posso me contagiar ao ar livre?

Se há pessoas infectadas e que tosam e/ou espirre perto pode acontecer, mas a via aérea é um meio de pouco contágio.


42.-
Pode-se comer carne de porco?

SIM pode e não há nenhum risco de contágio.

43.-
Qual é o fator determinante para saber que o vírus já está controlado?

Ainda que se controle a epidemia agora, no inverno boreal (hemisfério norte) pode voltar e ainda não haverá uma vacina.



FAVOR REENVIAR AOS SEUS CONTATOS

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Temporão confirma circulação do vírus da gripe suína no Brasil; número de mortes sobe para 11

Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília*
Atualizada às 19h19

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou nesta quinta-feira (16) que o vírus da gripe suína está em circulação no Brasil, após o Ministério ter confirmado o primeiro caso de transmissão do vírus dentro do território nacional sem vínculo com o exterior.


"No acompanhamento que realizamos diariamente, até então, todos os pacientes confirmados no Brasil mantinham a característica de ter visitado países em que há circulação do vírus ou contato com pessoas que voltaram de viagens internacionais. No dia de hoje, confirmamos o primeiro caso de transmissão da influenza A (H1N1) no Brasil sem esse tipo de vínculo. Trata-se de paciente do Estado de São Paulo que morreu no último dia 30 de junho. Esse caso nos dá a primeira evidência de que o novo vírus está em circulação em território nacional".

O ministro confirmou ainda que chegou a 11 o número de mortos por gripe A no país: 7 no Rio Grande do Sul, 3 em São Paulo e 1 no Rio de Janeiro. De sete exames que tiveram resultado nesta quinta, o ministro disse que "pelo menos quatro pessoas tinham doenças clínicas preexistentes", o que pioram o quadro.


Só nesta quinta-feira (16), foram anunciadas sete mortes. "O Ministério da Saúde foi notificado hoje do resultado dos exames de cinco mortes que estavam em investigação no Rio Grande do Sul. Além disso, foi notificado da primeira morte no Rio de Janeiro de paciente com influenza A (H1N1) e de uma morte em São Paulo", disse Temporão.

Apesar da circulação do vírus no país, o ministro diz que a situação está sob controle. "Todas as estratégias que tínhamos que tomar para este momento já foram tomadas há quase três semanas. O Brasil se antecipou. Este é um fenômeno esperado na transmissão, particularmente com as características dos vírus influenza, que já vem ocorrendo em outros países".

Temporão reforçou que todos os casos graves serão tratados com a medicação adequada. "A confirmação serve para monitorar a doença, mas não para determinar o tratamento."

Repetiu ainda que os hospitais de referência "têm que estar disponíveis para os casos mais graves" e, por isso, as pessoas com quadro de gripe devem procurar os postos de saúde. A recomendação já tinha sido dada anteriormente, para se evitar uma superlotação nos centros de referência.

O médico Francisco Aoki, infectologista do Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), afirmou que as pessoas não devem mudar seu comportamento significativamente. "A vida tem que continuar, seguindo-se as recomendações de manter a higiene, evitar aglomerações quando possível e manter uma boa alimentação e hidratação para que haja resistência no caso de uma eventual infecção", disse.

O ministro negou a existência de exame clínico que dê o resultado sobre a gripe A em horas. "São exames extremamente complexos, caros, realizados por pouquíssimas instituições na América Latina. No Brasil, apenas 3 laboratórios fazem estes exames."

Vítimas
Hoje foram confirmadas cinco mortes no Rio Grande do Sul. Duas mortes foram confirmadas no início da tarde em Passo Fundo (RS), pelo secretário de Saúde do município, Alberi Grando. As duas mortes ocorreram na semana passada, mas apenas hoje o hospital recebeu a confirmação dos exames do laboratório Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro. As vítimas são dois homens que viajaram à Argentina.

A Secretaria Municipal da Saúde de Uruguaiana (RS) confirmou a terceira morte por gripe suína no Estado. A vítima é o caminhoneiro Dirlei Pereira, 35, que esteve na Argentina e ingressou na cidade de Porto Xavier (RS) no dia 29 de junho. Como já apresentava sintomas de gripe, foi retido pelo órgão de vigilância sanitária.

Outras duas mortes foram confirmadas hoje no município de Santa Maria. Um deles era um operador de manutenção do Hospital de Santa Maria. O homem, de 36 anos, também exibia outras condições de saúde que agravaram o quadro: ele era diabético, hipertenso e tinha cardiopatia. A morte aconteceu no sábado mas só teve a causa confirmada hoje. Até o momento, são sete óbitos pela doença no Rio Grande do Sul.

Também foi confirmada a primeira morte no Rio de Janeiro. A vítima é uma mulher de 37 anos, que morreu no dia 14 de julho, mas cujo resultado apontando a doença foi divulgado hoje. A mulher foi internada em um hospital privado por sete dias e apresentou sintomas no dia 2 (febre, mialgia, tosse, dor de garganta e cefaleia).

Ela procurou o hospital no dia 7. O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil investigam os contatos da paciente.

A outra morte ocorreu em Osasco, na Grande São Paulo, que já havia registrado a morte de uma menina de 11 anos. A Secretaria de Saúde do município confirmou a morte de um rapaz de 21 anos, que morreu no dia 11 de julho após ficar internado 10 dias com quadro de pneumonia. Ele não tinha histórico de doenças graves e chegou a dar entrada no hospital duas vezes antes da internação. Na primeira ocasião foi diagnosticado com gripe comum e na segunda vez, com o quadro agravado, começou a ser medicado com antibióticos. Segundo o município o segundo caso não tem relação com o primeiro.

Até o momento, são 1.175 casos da doença confirmados em todo o país. Já haviam sido confirmadas duas mortes em São Paulo e duas no Rio Grande do Sul. O Ministério da Saúde acompanha 3.926 casos suspeitos no país. As amostras com secreções respiratórias dos pacientes estão em análise laboratorial. Outros 1.837 casos foram descartados.

Segundo a última atualização da Organização Mundial de Saúde (OMS), há 119.344 casos da nova gripe em 122 países. O número de óbitos é de 591, com uma taxa de letalidade de 0,50%.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Tire dúvidas sobre a gripe suína, ou influenza A (H1N1)

Do UOL Ciência e Saúde
Em São Paulo
Atualizada às 18h de 14/07/2009

Esclareça dúvidas sobre a atual gripe suína, chamada oficialmente de influenza A (H1N1):

O que é a gripe suína?
É uma doença respiratória altamente contagiosa que acomete os porcos, causada pelo vírus influenza A, do subtipo H1N1. O microorganismo responsável pelos casos atuais, no entanto, é uma mutação. Trata-se de um vírus híbrido, que contém material genético de vírus humanos, de aves e de suínos.

Quais os sintomas em humanos?
Os sintomas geralmente são similares ao da gripe comum. Eles surgem subitamente e incluem febre alta (igual ou acima de 38º), tosse, letargia, falta de apetite, irritação nos olhos, coriza (nem sempre pronunciada), dor de garganta (nem sempre pronunciada), dor de cabeça intensa, dor nos músculos e nas articulações. Podem ocorrer, também, náusea, vômitos e diarreia.

Como são definidos os casos suspeitos?
O Ministério da Saúde considera um caso suspeito da doença quando o paciente apresenta febre alta e tosse (podendo ter outros sintomas, como dor de cabeça, dores no corpo e dificuldade respiratória) até 10 dias após sair de países que reportaram casos, ou após ter contato próximo (nos últimos 10 dias) com pessoa classificada como suspeito de infecção.

Em quanto tempo, a partir da transmissão, os sintomas aparecem?
Os sintomas podem iniciar no período de 3 a 7 dias após contato com esse novo subtipo do vírus e a transmissão ocorre, principalmente, em locais fechados.

Quanto tempo antes e depois de apresentar os sintomas o paciente infectado pode transmitir a doença?
Os médicos acreditam que a transmissão pode ocorrer até 24 horas antes de os sintomas aparecerem e até dez dias depois.

Qual a diferença em relação aos sintomas da dengue?
Na dengue não há sintomas respiratórios, como coriza e tosse, e as dores no corpo podem ser mais pronunciadas.

Qual a diferença entre a gripe suína e a gripe comum?
A gripe suína é caracterizada pelos sintomas da gripe comum, mas pode causar vômitos e diarreia mais intensos.

A gripe suína pode matar?
A gripe comum mata entre 250 mil e 500 mil pessoas a cada ano, principalmente entre a população mais idosa, que possui a imunidade comprometida. As mortes em geral ocorrem por uma complicação da gripe, a pneumonia. A doença também pode predispor a infecções por bactérias.

Análises preliminares do vírus causador da gripe suína, o H1N1, sugerem que se trata de uma linhagem menos agressiva, portanto a letalidade seria baixa. Especialistas acreditam que seria necessária uma nova mutação para que o H1N1 causasse a alta taxa de mortalidade que alguns previam.

Como ocorre a transmissão?
A hipótese é de que a doença tenha sido contraída inicialmente por pessoas que tiveram contatos com criações de porcos. O problema é que essa variante do vírus permite o contágio entre humanos. A transmissão ocorre da mesma forma que na gripe comum: por via aérea, por meio de espirros e tosse. Ela pode ser direta (a pessoa inala as partículas que estão no ar) ou indireta (a pessoa toca em objetos que foram contaminados por tosse ou espirro e leva a mão à boca ou aos olhos, trazendo o vírus para dentro do corpo).

É possível contrair a doença comendo carne de porco?
Não. A gripe suína não é transmitida por alimentos. O cozimento da carne a 71º C destrói o vírus (para se ter uma ideia, o fogão comum atinge facilmente temperaturas superiores a essa).

Como é feito o diagnóstico?
Uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e enviada ao laboratório.

Como é o tratamento?
O CDC (Centro de Controle de Doenças), nos EUA, recomenda que a doença seja tratada com os medicamentos já usados na gripe aviária: o oseltamivir (Tamiflu) e o zanamivir (Relenza). Eles só podem ser prescritos pelo médico. A automedicação, alertam especialistas, pode fazer com que os remédios tenham efeito diminuído a longo prazo.

Como evitar a doença?
Caso você tenha que viajar para regiões em que há número elevado de casos registrados, como EUA, México, Canadá, Chile e Argentina, é recomendável usar máscaras cirúrgicas descartáveis em locais de grande circulação de pessoas, evitar aglomerações, evitar o contato direto com pessoas doentes, lavar as mãos frequentemente com sabão e água, especialmente após tossir ou espirrar, e evitar levar as mãos à boca e aos olhos.

O que fazer se estiver com suspeita da doença?
É preciso procurar um médico e informá-lo da suspeita, como por exemplo uma recente viagem a um país onde há casos registrados. A OMS recomenda que as pessoas com sintomas não saiam de casa e evitem aglomerações. É necessário repouso e ingestão de líquidos. É recomendado também que a pessoa cubra sua mão e o nariz quando for espirrar e lave as mãos com frequência.

Há uma vacina que possa proteger a população humana contra essa doença?
Ainda não existe vacina contra esse novo subtipo de vírus da influenza, mas os pesquisadores acreditam que ela estará pronta em poucos meses.

A vacina contra gripe comum protege contra a influenza A (H1N1)?
Não há, até o momento, nenhuma evidência de que a vacina contra gripe comum proteja contra gripe do vírus A (H1N1).

Por que a gripe suína parece ter sido mais letal nos EUA, México e Argentina?
Segundo especialistas, é possível que as pessoas tenham procurado tratamento em um estágio mais avançado, ou que já tivessem condições de saúde que facilitariam o agravamento da doença.

Fonte: CDC (Centro de Controle de Doenças nos EUA), OMS (Organização Mundial da Saúde), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Ministério da Saúde, Gustavo Johanson (infectologista da Universidade Federal de São Paulo), Folha Online, Reuters e BBC Brasil

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Festas da gripe suína pelo mundo propagam o vírus para fabricar anticorpos

Le Monde
Paul Benkimoun

Será que não é melhor pegar desde já a gripe A (H1N1), enquanto ela ainda não é muito virulenta, do que esperar pela segunda onda do próximo outono, que pode ser mais grave?

Algumas pessoas que estão organizando "swine flu parties" [festas da gripe suína] nos EUA ou "grippe parties" no Reino Unido, já decidiram: essas reuniões têm por objetivo fazer com que as pessoas contraiam deliberadamente o vírus A (H1N1) para fabricar anticorpos e assim serem imunizadas antecipadamente. Uma vacinação natural, de certa forma, mas que os especialistas consideram como uma ideia não tão boa quanto pode parecer.

"Assim que ficamos sabendo, pelos dados epidemiológicos e pelas observações nos serviços hospitalares, que estávamos diante de uma forma de gripe benigna, esta questão veio à tona", explica o professor François Bricaire, que dirige no La Pitié-Salpêtrière (Paris) um dos serviços de referência para as epidemias infecciosas.

"Sabendo que poderíamos ter de enfrentar uma segunda onda mais grave no outono, não é totalmente ilógico pensar: 'Vamos deixar rolar, pois se muitas pessoas possuírem os anticorpos, isso simplificará a futura vacinação'".
Uma transmissão rápida

O vírus da gripe A (H1N1) não é muito virulento, mas se propaga rapidamente. Ele pode ser disseminado pelo ar por meio de uma tosse, um espirro, perdigotos. Ele também é transmissível por um contato mais próximo (aperto de mãos, beijo) com uma pessoa doente, ou encostando em objetos (maçaneta de porta, etc.) contaminados. Os sintomas se parecem com aqueles da gripe comum: febre, tosse, fadiga, dores no corpo.


O diretor da Escola de Estudos Superiores em Saúde Pública e epidemiologista, o professor Antoine Flahault também reconhece que "aqueles que pegarem logo a gripe A (H1N1) terão mais vantagens: de certa forma, eles terão sido vacinados antes dos outros. Ainda por cima, se eles tiverem uma gripe com complicações - o que não é o caso mais frequente na França - , talvez seja melhor que isso aconteça enquanto os hospitais não estiverem lotados".

O princípio da imunização natural por contato com uma pessoa portadora de um vírus surgiu nos países anglo-saxões em torno da varicela ou catapora ("chickenpox"). As "chickenpox parties" se expandiram até os anos 1990, enquanto não havia vacina para a doença: eram organizados lanches da tarde, reunindo as crianças em torno do paciente portador das pústulas que sinalizavam a infecção pelo vírus da família da herpes.

A ideia persistiu especialmente entre as famílias que eram contra as vacinas, ou entre aqueles que acreditavam que a imunidade natural era mais forte do que aquela provida por um produto concebido em laboratório. Ela continua a ser propagada por sites na internet, inclusive para a gripe. Seus defensores promovem um livro em especial, "The Great Influenza", de John M. Barry, publicado em 2004, que relata que as pessoas que contraíram a gripe espanhola em 1918, durante uma primeira onda relativamente moderada na primavera, haviam sido protegidas por dois episódios muito mais graves que ocorreram no decorrer do inverno.

O diretor dos Centros de Controle e de Prevenção das Doenças (CDC, sigla em inglês), Richard Besser afirma, a respeito das "swine flu parties", que "seria um erro grosseiro fazer com que indivíduos e crianças corram riscos. Trata-se de uma doença nova, emergente, e ainda estamos aprendendo sobre ela todos os dias".

Indo na mesma direção, o professor Flahaul acredita que "ainda não sabemos muito a respeito da virulência do vírus A (H1N1). Na França, por exemplo, os dados dos certificados de mortalidade só dão conta parcialmente do número de mortos provocados pela gripe, seja ela a gripe comum ou a causada pelo novo vírus". Na maioria das vezes, somente as complicações infecciosas da gripe (pneumonia, bronquite...) aparecem no documento.

Apanhar deliberadamente a gripe não é inofensivo. Ainda que os especialistas concordem em dizer que os números oficiais de casos confirmados e de mortes estão longe da realidade, os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 4,5 casos em 1000 foram letais. "Se pegar a gripe a qualquer custo fosse remédio, aceitariam que este induzisse à morte nesse ritmo?", pergunta o Dr. Jean-Marie Cohen, coordenador nacional da rede de Grupos Regionais de Observação da Gripe (GROG).

E para além do possível benefício individual que uma pessoa poderia obter de uma contaminação precoce pelo vírus, é preciso também refletir em termos éticos: uma pessoa infectada pode transmitir o vírus ao seu redor e desencadear, entre os mais frágeis, uma doença potencialmente fatal. "Contrair deliberadamente o vírus A (H1N1)? Sinceramente, não faria isso nem por mim, nem por minha família", diz o Dr. Cohen. "Em compensação, não é um grande drama contraí-lo. Não há por que entrar em pânico, mudar seus hábitos ou seus planos, especialmente as férias". Uma atitude confirmada pelo professor Bricaire: "Minha filha me perguntou se deveria cancelar uma viagem prevista para a Argentina. Após consultar meus colegas pesquisadores, eu lhe disse para não cancelar".
UOL Celular

sábado, 11 de julho de 2009

Quadro da menina que morreu de gripe suína em SP foi atípico, diz secretário

da Folha de S.Paulo
da Agência Folha
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O Estado de São Paulo confirmou ontem a primeira morte em consequência da gripe suína --a segunda no Brasil. A vítima é uma menina de 11 anos de Osasco (Grande São Paulo), que morreu no dia 30 de junho. Outros dois pacientes com o vírus H1N1 estão internados em UTI no Estado.

O quadro apresentado pela menina de 11 anos que morreu após contrair gripe suína foi atípico para um paciente com a doença, segundo o secretário da Saúde do Estado, Luiz Roberto Barradas Barata.

"Ela tinha contraído um pneumococo e morreu de septicemia. Acreditamos que a gripe deve ter reduzido a imunidade dela", afirmou ele.

No outro caso de morte relacionada à gripe suína, o de um caminhoneiro de 29 anos que havia viajado à Argentina e morreu em Passo Fundo (RS), os médicos apontaram que ele teve outras complicações.

De acordo com Celso Granato, infectologista da Unifesp, em mortes de pacientes com gripe, é comum acontecer associação com outras doenças.

"O próprio vírus da gripe pode causar lesões ou então criar condições para que bactérias se desenvolvam, levando, por exemplo, a uma pneumonia."

Segundo o médico, ter outras doenças pode facilitar complicações num quadro de gripe. No caso da menina, a secretaria suspeita que uma hantavirose que ela teve aos dois anos pode ter contribuído para prejudicar o sistema imunológico.

Apesar das diferenças em relação aos casos mais típicos da gripe, o secretário diz que isso não é motivo para alterar os protocolos de atendimento e identificação da doença, que são feitos com base em experiências internacionais e por orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que a gripe suína tem o mesmo grau de letalidade da gripe tradicional, de 0,45%. Segundo o ministério, no Brasil esse percentual é ainda menor (0,19%).

Casos graves

O Brasil tem ao menos três casos de pessoas com gripe suína internadas em estado grave: duas do Rio Grande do Sul e uma de Minas Gerais.

Questionado ontem pela Folha sobre a existência de casos graves no Estado de São Paulo, o secretário Barradas Barata afirmou apenas que há dois pacientes com a doença internados em UTIs.

Um dos pacientes graves do Rio Grande do Sul é uma estudante de 14 anos de São Gabriel, internada há três semanas. O infectologista Alexandre Schwarzbold disse que ela já se recuperou da pneumonia adquirida em decorrência da gripe, mas ainda sofre com lesões pulmonares e musculares.

Também no Rio Grande do Sul, um caminhoneiro de Itaqui está internado em estado grave. O Estado ainda investiga se a morte de um caminhoneiro em São Borja tem relação com a doença.

Em Minas Gerais, um homem de 27 anos internado desde o último dia 29 em Belo Horizonte apresenta "quadro respiratório gravíssimo", segundo o Hospital das Clínicas.

Colaborou a Sucursal de Brasília