quarta-feira, 20 de maio de 2009

OMS contabiliza mais de 10 mil casos de gripe suína pelo mundo; Brasil quer acesso ao vírus

Do UOL Notícias*
Em São Paulo


Um total de 10.243 pessoas foram contaminadas pela gripe suína em 40 países e 80 morreram em consequencia da doença, informou nesta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil pressiona a OMS para ter acesso ao vírus da doença.

"A maioria dos novos casos (413 desde terça-feira) foram registrados nos Estados Unidos e Japão", disse a porta-voz da OMS, Fadéla Chaib.

O Japão, que pode se converter no segundo foco autônomo da doença depois da América do Norte, já conta com 210 casos formalmente diagnosticados. Um total de 51 novos doentes foram contabilizados nas últimas 24 horas, segundo a OMS.

As autoridades japonesas já contam 232 casos no arquipélago.

O vírus A (H1N1) também contaminou 346 novos pacientes nos Estados Unidos, onde 5.469 casos já foram diagnosticados. Seis pessoas morreram no país por causa da gripe suína.

Nível de alerta
Os especialistas da OMS estão atentos à situação no Japão, onde a aparição de um foco de contaminação autônomo poderia justificar a declaração de pandemia mundial e o aumento do nível de alerta ao máximo (6).

Entretanto, diversos países, entre eles o Japão, pediram à diretora da OMS, Margaret Chan, que reflita com cuidado antes de declarar o estado de pandemia.

Chan assegurou levar em contar estas opiniões e manteve o nível de alerta 5, enfatizando que a pandemia é "iminente".

A escala de alerta pandêmico foi elaborada "pensando no vírus da gripe aviária, o H5N1, muito mais virulento", com porcentagem de mortalidade de quase 60%, explicou um responsável da OMS.

O novo vírus A (H1N1), que ainda não possui vacina, poderia sofrer mutação e se tornar muito mais perigoso, sobretudo se entrar em contato com o H5N1 aviário.

Chan lançou uma advertência na segunda-feira aos 193 Estados membros da OMS, que iniciaram em Genebra, na Suíça, sua assembleia geral anual de uma semana de duração.

"Pode ser que o vírus tenha nos dado uma folga, mas não sabemos por quanto tempo. Ninguém sabe se tratamos da calma antes da tormenta", previniu.

Brasil
O Brasil pressiona a OMS para que seja recolocada na agenda a negociação para um acordo de acesso a vacinas, vírus e materiais genéticos.

No entanto, o Brasil enfrenta a recusa de países ricos.

"Há uma tentativa de dar por encerrado o processo. Mas esse tema tem de voltar à mesa", disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Um dos argumentos utilizados pelos países ricos é de que faltaria dinheiro para custear as reuniões. "O Brasil ofereceu dar dinheiro para que esses encontros ocorressem", disse Temporão.

Entre os latino-americanos, o México é o único que se diz contra um acordo. O país, segundo o Brasil, adotou postura próxima à dos Estados Unidos depois que recebeu ampla ajuda para lidar com a gripe suína. Ban Ki Moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), também defendeu a proposta.

Richard Besser, diretor do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, se recusou a falar no assunto. "Só tenho a dizer que estamos oferecendo todas nossas informações aos países que necessitam delas."

* Com informações da AFP e da Agência Estado
UOL

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