domingo, 24 de novembro de 2013

Amazonas tem 15 municípios em situação de alerta contra dengue

Dados fazem parte do Levantamento Rápido de Índice para Aedes Aegypti.
Município de Japurá está em situação de risco, segundo estudo divulgado.

Rosianne Couto D G1 AM
 
Os agentes entraram em vielas e becos da vila, onde usaram o carro fumacê e uma mochila motorizada que expele o veneno contra o aedes aegypti (Foto: Divulgação/Sesma)Campanha contra a doença será lançada na
segunda-feira(Foto: Divulgação/Sesma)
Quinze municípios do Amazonas, incluindo Manaus, estão em estado de alerta contra a dengue, de acordo com o mapeamento da doença divulgado pelo Ministério da Saúde nesta semana. O município de Japurá, situado a 744 km da capital, está em situação de risco. Para ações de combate e controle da doença, o Ministério vai enviar ao estado mais de R$ 12 milhões. Dados fazem parte do Levantamento Rápido de Índice para Aedes Aegypti (LIRAa). O objetivo é identificar onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor da doença. (Veja a classificação de cada cidade)
Além da capital amazonense, Barcelos, Boca do Acre, Borba, Coari, Humaitá, Itacoatiara, Lábrea, Manacapuru, Manicoré, Maués, Nova Olinda do Norte, Novo Aripuanã, São Gabriel da Cachoeira e Tefé apresentam foco entre 1% e 3,9% e, por isso, são considerados em estado de alerta. Já no município de Japurá foram encontrados focos de dengue em mais de 4% das residências visitadas e a cidade é considerada em situação de risco.
O diretor-presidente da Fundação de Vigilância Sanitária do Amazonas (FVS-AM), Bernardino Albuquerque, informou ao G1 que funcionários da FVS realizam o LIRAa a cada três meses e que a verificação do mês de outubro é a mais importante porque "marca o período de chuvas, época propícia à reprodução do mosquito, principal vetor da infestação da doença".
Segundo Albuquerque, além do LIRAa, a Fundação utiliza outros indicadores para as ações de vigilância, como a verificação da ocorrência de casos de dengue no período anterior à coleta de dados.
"Em 2013, Manaus teve ocorrências importantes de casos. Se sabemos que o vetor está circulando nessa área, e se a população for elevada, há maior probabilidade na classificação de risco", explicou o diretor da FVS, que relatou.
Armazenamento de água
O principal foco de reprodução do mosquito da dengue no Amazonas, segundo a FVS-AM, é o modo como a população armazena água. "A alocação da água ainda é a nossa principal preocupação. É exatamente naquelas localidades onde a população não tem água canalizada, onde se faz a necessidade do armazenamento, onde temos os principais casos", disse Bernardino.
O perfil dos criadouros também é destacado no LIRAa e mudam conforme cada região brasileira. Enquanto no Norte e Nordeste o armazenamento de água é a principal fonte de preocupação, com índice de 75,9% e 37,5%, respectivamente, no Sul, o armazenamento de lixo o principal desafio, com taxa de 81,2%.

Na próxima quarta-feira (27), será lançada a campanha de intensificação no combate e controle da dengue o estaso. "É uma das frentes de ação que temos nesse trabalho. Assim, eliminamos o mosquito seja na forma adulta, ou larvária", disse.
Alburqueque ressaltou a importância dos profissionais de saúde se manterem atualizados acerca do tema e, por isso, a FVS também vai realizar nos dias 26 e 27, deste mês, um treinamento, dispondo de 400 vagas. "Os profissionais da área devem se manter atualizados e isso também é um ponto importante no controle da dengue. Os resultados depois são a diminuição do número de casos e de óbitos".
Investimento
O Amazonas irá receber do Ministério da Saúde, no próximo ano, R$ 12.505.060,38 para intensificar as ações de vigilância, prevenção e controle da dengue. Em todo Brasil, o investimento será de R$ 363,4 milhões para 157 municípios que estão em situação de risco e 525, em estado de alerta.
Em contrapartida, os municípios precisam cumprir metas como assegurar a quantidade adequada de agentes de controle de endemias, garantir a cobertura das visitas domiciliares pelos agentes e realizar o LIRAa.


Nenhum comentário: