terça-feira, 11 de março de 2014

Dilma, Alckmin e Haddad lançam campanha de vacinação contra HPV em SP
 
Cármen Guaresemin
Do UOL, em São Paulo

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A presidente Dilma Rousseff participou, nesta segunda-feira (10), do lançamento da campanha de vacinação contra o HPV em meninas de 11 a 13 anos, em São Paulo. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público-alvo, formado por 5,2 milhões de meninas nessa faixa-etária. Na imagem, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, vacina uma menina enquanto é observado pela presidente e pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin Murillo Constantino/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
A presidente Dilma Rousseff participou, nesta segunda-feira (10), do lançamento da campanha de vacinação contra o HPV em meninas de 11 a 13 anos, em São Paulo, em uma cerimônia que reuniu o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o prefeito da capital Fernando Haddad, entre outras autoridades.
"Com essa medida, estamos garantindo que as mulheres desse país sejam saudáveis", disse a presidente. Ao abrir o discurso, Dilma fez um agradecimento especial ao médico que é responsável pelas vacinas dela - o infectologista David Uip, secretário de Saúde do governo Alckmin, também presente no evento. 
Na cerimônia, realizada em um CEU (Centro de Estudo Unificado) no bairro do Butantã, a primeira dose da vacina foi aplicada pelo ministro da Saúde e a segunda, pelo governador de São Paulo, já que ambos são médicos. "Eu e o governador somos de partidos diferentes, mas nem por isso deixamos de fazer uma parceria que envolve os interesses da população de São Paulo", comentou Dilma.
A presidente não participava do lançamento de uma campanha de vacinação desde 2011, quando o alvo foi a gripe.
O vírus HPV é a principal causa do câncer do colo de útero, terceiro tipo mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do de mama e de cólon e reto. No ano passado, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), 4.800 brasileiras morreram de câncer de colo de útero, como fez questão de frisar Chioro. 
A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público-alvo, formado por 5,2 milhões de meninas nessa faixa-etária. Em 2015, a vacina passa a ser oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, às meninas que completam nove anos. Nas aldeias indígenas, a vacinação para meninas de 9 e 10 anos já começou este ano. 
Para garantir maior cobertura, a pasta recomendou aos municípíos que a primeira dose (de um total de três) fosse aplicada nas escolas públicas e privadas que aderiram à estratégia, já que meninas dessa faixa etária não costumam frequentar postos de saúde. 
Mas a vacina – que passa a integrar o calendário nacional - também estará disponível nas 36 mil salas de vacinação da rede pública de saúde durante todo o ano. A segunda dose será aplicada com intervalo de seis meses e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose.
As instituições de ensino que farão a vacinação devem informar, com antecedência, aos pais ou responsáveis a data de vacinação. Tanto no ambiente escolar como nos postos de saúde, a vacina será aplicada por profissionais de saúde. Os pais ou responsáveis que não quiserem que a adolescente seja vacinada deverão preencher e enviar à escola o termo de recusa distribuído pela instituição de ensino antes da vacinação.
No caso das unidades de saúde, é importante que a adolescente apresente a caderneta de vacinação. Para assegurar a aplicação das três doses, o serviço de saúde vai registrar cada adolescente imunizada, monitorar a cobertura vacinal e realizar, se necessário, a busca ativa das meninas.
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10.mar.2014 - Cartaz da campanha publicitária que começou a ser veiculada no dia 8 para orientar a população sobre a importância da prevenção contra o HPV. A vacinação de meninas de 11 a 13 anos começou nesta segunda-feira, em escolas e nos postos de saúde. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público-alvo, formado por 5,2 milhões de meninas nessa faixa-etária. A segunda dose será aplicada com intervalo de seis meses e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose Leia mais Divulgação
Quatro subtipos
O esquema adotado pelo Ministério da Saúde, chamado de "estendido" e composto por três doses, é recomendado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS) e utilizado em países como Canadá, México, Colômbia e Suíça.

Ministro da Saúde fala sobre a vacinação contra o HPV

A vacina utilizada é a quadrivalente, que confere proteção contra quatro subtipos (6, 11, 16 e 18) do HPV, dos quais dois (subtipos 16 e 18) são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo. Usada como estratégia de saúde pública em 51 países, a quadrivalente é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem eficácia de 98% contra o vírus HPV.
O ministério ressalta que a vacinação não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais. O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos negativos.

@saúde com Jairo Bouer: especialista tira dúvidas sobre a vacina 

Campanha
O Ministério da Saúde iniciou, neste sábado (8), veiculação da campanha publicitária para orientar a população sobre a importância da prevenção contra o câncer do colo de útero em TV, rádios e jornais. Com o tema "Cada menina é de um jeito, mas todas precisam de proteção", as peças convocam as adolescentes para se vacinar e alertam as mulheres sobre a prevenção.
As informações são veiculadas por meio de cartazes, spot de rádio, filme para TV, anúncio em revistas, outdoors e campanhas na internet, especialmente nas redes sociais. O investimento do Ministério da Saúde na campanha publicitária é de R$ 20 milhões.
Produção
Para a produção da vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde firmou Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Instituto Butantan e o laboratório privado Merck Sharp & Dohme (MSD). Será investido R$ 1,1 bilhão na compra de 41 milhões de doses da vacina durante cinco anos – período necessário para a total transferência de tecnologia ao laboratório brasileiro. A PDP possibilitou uma economia estimada de R$ 83,5 milhões na compra da vacina em 2014. O Ministério da Saúde pagará R$ 31,02 por dose, o menor preço já praticado no mercado.
Sobre o HPV
O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relações sexuais. Por tratar-se de um vírus que se transmite com muita facilidade, considera-se que o HPV seja a infecção sexualmente transmitida mais comum no mundo, com quase todas as pessoas sexualmente ativas tendo contato com o vírus em algum momento da sua vida.
Na grande maioria, o HPV cura-se espontaneamente, mas em algumas mulheres eles produzem lesões que podem desencadear o câncer de colo do útero. O HPV também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estima-se que 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido ao câncer de colo do útero. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos e cerca de 4,8 mil óbitos nesse ano.
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HPV pode causar câncer de garganta. VERDADE: o papilomavírus pode ser transmitido através do sexo oral e pode levar ao desenvolvimento do câncer de garganta. Uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, e divulgada este ano, apontou que o vírus HPV atualmente é a principal causa do câncer de garganta. De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), há um tipo viral oncogênico (com potencial para causar câncer) do HPV que pode causar lesões precursoras, que se não forem identificadas e tratadas podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca. Mas já existe vacina contra alguns tipos de HPV, que passará a ser oferecida gratuitamente pelo SUS no ano que vem Leia mais Thinkstock

Últimas de Saúde

 

quarta-feira, 5 de março de 2014

Descoberto vírus gigante congelado há mais de 30 mil anos na Sibéria
 
 
Capaz de infectar amebas, mas inofensivo para humanos e animais é facilmente visível com um microscópio óptico

AFP

Sibéria - Um novo tipo de vírus gigante, chamado Pithovírus, sobreviveu por mais de 30 mil anos congelado em uma camada de permafrost na Sibéria, sendo contemporâneo à extinção dos neandertais, de acordo com estudo publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências de Estados Unidos (PNAS).

Capaz de infectar amebas, mas inofensivo para humanos e animais, esse vírus elevou para três o número de famílias de vírus gigantes conhecidos, ressaltam os autores dessa pesquisa divulgada na segunda-feira.

Descoberto no solo permanentemente gelado do extremo norte-oriental da Sibéria, o Pithovírus é muito diferente dos outros vírus gigantes conhecidos, como o Mimivirus -família Megaviridae, o primeiro vírus gigante descoberto em 2003, ou o Pandoravírus, caracterizado na revista "Science" em julho passado.

Os vírus gigantes (de diâmetro superior a 0,5 milionésimos de metro) são, ao contrário dos outros vírus, facilmente visíveis com um simples microscópio óptico.

Esses vírus contêm um grande número de genes em comparação com os vírus comuns, como os da gripe, ou da Aids, que contêm apenas uma dúzia. Seu tamanho e seu genoma são comparáveis ao de muitas bactérias, podendo, inclusive, excedê-las.

"A demonstração de que os vírus enterrados na terra há mais de 30 mil anos possam sobreviver e continuar sendo infecciosos sugere que o derretimento do permafrost, devido ao aquecimento global e à exploração mineradora e industrial do Ártico, pode significar um risco para a saúde pública", disse Jean-Michel Claverie, do laboratório IGS-CNRS de Marselha, França, coautor do estudo.
 
Possibilidade de reaparição do vírus

A possibilidade do ressurgimento de vírus considerados erradicados - como o da varíola, que se multiplica de maneira similar ao Pithovírus -, a partir dessa grande geladeira que é o permafrost, já não é mais um cenário de ficção científica, afirmou Claverie, ressaltando que a varíola fez estragos na Sibéria.

O laboratório IGS-CNRS faz um estudo de "metagenômica" do permafrost que permitirá avaliar o risco.

"Trata-se da busca de DNA, ou seja, as impressões genéticas de vírus (ou de bactérias) patogênicos para os seres humanos para ver se, por exemplo, há rastros de varíola nas amostras dessa camada de permafrost coletadas a 30 metros de profundidade", disse o pesquisador.

Esse processo é seguro, já que é realizado apenas nas impressões que vão ser comparadas com as de bancos de dados já existentes, explicou.

Essa descoberta destaca como o conhecimento da biodiversidade microscópica continua sendo parcial, afirmam os cientistas.

A região de Chukotka, de onde provém o novo vírus gigante, inclui grandes reservas de petróleo, gás natural, carvão, ouro e tungstênio.

O estudo reuniu pesquisadores franceses de Marselha e Grenoble e uma equipe da Academia de Ciências da Rússia.