Dilma, Alckmin e Haddad lançam campanha de vacinação contra HPV em SP
Cármen Guaresemin
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
A presidente Dilma Rousseff participou, nesta segunda-feira (10), do lançamento da campanha de vacinação contra o HPV em meninas de 11 a 13 anos, em São Paulo, em uma cerimônia que reuniu o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o prefeito da capital Fernando Haddad, entre outras autoridades.
"Com essa medida, estamos garantindo que as mulheres desse país sejam saudáveis", disse a presidente. Ao abrir o discurso, Dilma fez um agradecimento especial ao médico que é responsável pelas vacinas dela - o infectologista David Uip, secretário de Saúde do governo Alckmin, também presente no evento.
Na cerimônia, realizada em um CEU (Centro de Estudo Unificado) no bairro do Butantã, a primeira dose da vacina foi aplicada pelo ministro da Saúde e a segunda, pelo governador de São Paulo, já que ambos são médicos. "Eu e o governador somos de partidos diferentes, mas nem por isso deixamos de fazer uma parceria que envolve os interesses da população de São Paulo", comentou Dilma.
A presidente não participava do lançamento de uma campanha de vacinação desde 2011, quando o alvo foi a gripe.
O vírus HPV é a principal causa do câncer do colo de útero, terceiro tipo mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do de mama e de cólon e reto. No ano passado, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), 4.800 brasileiras morreram de câncer de colo de útero, como fez questão de frisar Chioro.
A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público-alvo, formado por 5,2 milhões de meninas nessa faixa-etária. Em 2015, a vacina passa a ser oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, às meninas que completam nove anos. Nas aldeias indígenas, a vacinação para meninas de 9 e 10 anos já começou este ano.
Para garantir maior cobertura, a pasta recomendou aos municípíos que a primeira dose (de um total de três) fosse aplicada nas escolas públicas e privadas que aderiram à estratégia, já que meninas dessa faixa etária não costumam frequentar postos de saúde.
Mas a vacina – que passa a integrar o calendário nacional - também estará disponível nas 36 mil salas de vacinação da rede pública de saúde durante todo o ano. A segunda dose será aplicada com intervalo de seis meses e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose.
As instituições de ensino que farão a vacinação devem informar, com antecedência, aos pais ou responsáveis a data de vacinação. Tanto no ambiente escolar como nos postos de saúde, a vacina será aplicada por profissionais de saúde. Os pais ou responsáveis que não quiserem que a adolescente seja vacinada deverão preencher e enviar à escola o termo de recusa distribuído pela instituição de ensino antes da vacinação.
No caso das unidades de saúde, é importante que a adolescente apresente a caderneta de vacinação. Para assegurar a aplicação das três doses, o serviço de saúde vai registrar cada adolescente imunizada, monitorar a cobertura vacinal e realizar, se necessário, a busca ativa das meninas.
Quatro subtipos
O esquema adotado pelo Ministério da Saúde, chamado de "estendido" e composto por três doses, é recomendado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS) e utilizado em países como Canadá, México, Colômbia e Suíça.
A vacina utilizada é a quadrivalente, que confere proteção contra quatro subtipos (6, 11, 16 e 18) do HPV, dos quais dois (subtipos 16 e 18) são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo. Usada como estratégia de saúde pública em 51 países, a quadrivalente é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem eficácia de 98% contra o vírus HPV.
O ministério ressalta que a vacinação não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais. O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos negativos.
Campanha
O Ministério da Saúde iniciou, neste sábado (8), veiculação da campanha publicitária para orientar a população sobre a importância da prevenção contra o câncer do colo de útero em TV, rádios e jornais. Com o tema "Cada menina é de um jeito, mas todas precisam de proteção", as peças convocam as adolescentes para se vacinar e alertam as mulheres sobre a prevenção.
As informações são veiculadas por meio de cartazes, spot de rádio, filme para TV, anúncio em revistas, outdoors e campanhas na internet, especialmente nas redes sociais. O investimento do Ministério da Saúde na campanha publicitária é de R$ 20 milhões.
Produção
Para a produção da vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde firmou Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Instituto Butantan e o laboratório privado Merck Sharp & Dohme (MSD). Será investido R$ 1,1 bilhão na compra de 41 milhões de doses da vacina durante cinco anos – período necessário para a total transferência de tecnologia ao laboratório brasileiro. A PDP possibilitou uma economia estimada de R$ 83,5 milhões na compra da vacina em 2014. O Ministério da Saúde pagará R$ 31,02 por dose, o menor preço já praticado no mercado.
Sobre o HPV
O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relações sexuais. Por tratar-se de um vírus que se transmite com muita facilidade, considera-se que o HPV seja a infecção sexualmente transmitida mais comum no mundo, com quase todas as pessoas sexualmente ativas tendo contato com o vírus em algum momento da sua vida.
Na grande maioria, o HPV cura-se espontaneamente, mas em algumas mulheres eles produzem lesões que podem desencadear o câncer de colo do útero. O HPV também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estima-se que 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido ao câncer de colo do útero. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos e cerca de 4,8 mil óbitos nesse ano.
"Com essa medida, estamos garantindo que as mulheres desse país sejam saudáveis", disse a presidente. Ao abrir o discurso, Dilma fez um agradecimento especial ao médico que é responsável pelas vacinas dela - o infectologista David Uip, secretário de Saúde do governo Alckmin, também presente no evento.
Na cerimônia, realizada em um CEU (Centro de Estudo Unificado) no bairro do Butantã, a primeira dose da vacina foi aplicada pelo ministro da Saúde e a segunda, pelo governador de São Paulo, já que ambos são médicos. "Eu e o governador somos de partidos diferentes, mas nem por isso deixamos de fazer uma parceria que envolve os interesses da população de São Paulo", comentou Dilma.
A presidente não participava do lançamento de uma campanha de vacinação desde 2011, quando o alvo foi a gripe.
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A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público-alvo, formado por 5,2 milhões de meninas nessa faixa-etária. Em 2015, a vacina passa a ser oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, às meninas que completam nove anos. Nas aldeias indígenas, a vacinação para meninas de 9 e 10 anos já começou este ano.
Para garantir maior cobertura, a pasta recomendou aos municípíos que a primeira dose (de um total de três) fosse aplicada nas escolas públicas e privadas que aderiram à estratégia, já que meninas dessa faixa etária não costumam frequentar postos de saúde.
Mas a vacina – que passa a integrar o calendário nacional - também estará disponível nas 36 mil salas de vacinação da rede pública de saúde durante todo o ano. A segunda dose será aplicada com intervalo de seis meses e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose.
As instituições de ensino que farão a vacinação devem informar, com antecedência, aos pais ou responsáveis a data de vacinação. Tanto no ambiente escolar como nos postos de saúde, a vacina será aplicada por profissionais de saúde. Os pais ou responsáveis que não quiserem que a adolescente seja vacinada deverão preencher e enviar à escola o termo de recusa distribuído pela instituição de ensino antes da vacinação.
No caso das unidades de saúde, é importante que a adolescente apresente a caderneta de vacinação. Para assegurar a aplicação das três doses, o serviço de saúde vai registrar cada adolescente imunizada, monitorar a cobertura vacinal e realizar, se necessário, a busca ativa das meninas.
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10.mar.2014 - Cartaz da campanha publicitária que começou a ser veiculada no dia 8 para orientar a população sobre a importância da prevenção contra o HPV. A vacinação de meninas de 11 a 13 anos começou nesta segunda-feira, em escolas e nos postos de saúde. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público-alvo, formado por 5,2 milhões de meninas nessa faixa-etária. A segunda dose será aplicada com intervalo de seis meses e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose Leia mais Divulgação
O esquema adotado pelo Ministério da Saúde, chamado de "estendido" e composto por três doses, é recomendado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS) e utilizado em países como Canadá, México, Colômbia e Suíça.
Ministro da Saúde fala sobre a vacinação contra o HPV
O ministério ressalta que a vacinação não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais. O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos negativos.
@saúde com Jairo Bouer: especialista tira dúvidas sobre a vacina
O Ministério da Saúde iniciou, neste sábado (8), veiculação da campanha publicitária para orientar a população sobre a importância da prevenção contra o câncer do colo de útero em TV, rádios e jornais. Com o tema "Cada menina é de um jeito, mas todas precisam de proteção", as peças convocam as adolescentes para se vacinar e alertam as mulheres sobre a prevenção.
As informações são veiculadas por meio de cartazes, spot de rádio, filme para TV, anúncio em revistas, outdoors e campanhas na internet, especialmente nas redes sociais. O investimento do Ministério da Saúde na campanha publicitária é de R$ 20 milhões.
Produção
Para a produção da vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde firmou Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Instituto Butantan e o laboratório privado Merck Sharp & Dohme (MSD). Será investido R$ 1,1 bilhão na compra de 41 milhões de doses da vacina durante cinco anos – período necessário para a total transferência de tecnologia ao laboratório brasileiro. A PDP possibilitou uma economia estimada de R$ 83,5 milhões na compra da vacina em 2014. O Ministério da Saúde pagará R$ 31,02 por dose, o menor preço já praticado no mercado.
Sobre o HPV
O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relações sexuais. Por tratar-se de um vírus que se transmite com muita facilidade, considera-se que o HPV seja a infecção sexualmente transmitida mais comum no mundo, com quase todas as pessoas sexualmente ativas tendo contato com o vírus em algum momento da sua vida.
Na grande maioria, o HPV cura-se espontaneamente, mas em algumas mulheres eles produzem lesões que podem desencadear o câncer de colo do útero. O HPV também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estima-se que 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido ao câncer de colo do útero. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos e cerca de 4,8 mil óbitos nesse ano.
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HPV pode causar câncer de garganta. VERDADE: o papilomavírus pode ser transmitido através do sexo oral e pode levar ao desenvolvimento do câncer de garganta. Uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, e divulgada este ano, apontou que o vírus HPV atualmente é a principal causa do câncer de garganta. De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), há um tipo viral oncogênico (com potencial para causar câncer) do HPV que pode causar lesões precursoras, que se não forem identificadas e tratadas podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca. Mas já existe vacina contra alguns tipos de HPV, que passará a ser oferecida gratuitamente pelo SUS no ano que vem Leia mais Thinkstock